Renault ZOE é um dos primeiros citadinos totalmente elétricos e está, agora, de cara lavada e roupa trocada. O design tem um ligeiro face-lift mas os interiores estão totalmente novos, indo ao encontro do seu irmão gémeo, o Clio… Ah! E agora tem quase 390 quilómetros de autonomia.
Em 2018 a Renault vendeu 1305 unidades do seu citadino elétrico. Este ano ainda não há números, mas a tendência é que venda mais. Por duas razões: primeiro, porque é um excelente carro para a cidade, com espaço q.b. e boa autonomia. Segundo, porque este renovado ZOE é superior ao anterior. Quando surgiu, em 2011, trazia a promessa de uma liberdade urbana assente numa proposta elétrica de qualidade. Até aqui, concordo. O problema – de resto transversal aos pioneiros em todas as áreas – é que a promessas não são tal e qual aquilo que se diz e ficam sempre um pouco aquém. No caso da primeira geração, o problema estava na autonomia. Dos 160 quilómetros anunciados, dificilmente se conseguia fazer mais do que 120, o que até não era mau para o propósito do carro e para a altura em que estávamos. Mas era pouco. Ora, com este novo ZOE, e com a bateria de 50kW (está, também, disponível, uma de 40), conseguimos facilmente ultrapassar os 300 quilómetros numa condução normal, com uma autonomia anunciada de 390. Acho ambicioso, mas acredito que ande lá perto. Estive à conversa com um condutor de TVDE enquanto ambos carregávamos os carros e ele disse-me que era a terceira vez nesse dia que carregava o carro. Tinha um ZOE de primeira geração e, com o pé leve, estava a fazer um consumo de 12kW/h o que lhe dava para cerca de 120 quilómetros. Estava a pensar trocar para o ano e certamente que o novo ZOE, já com uma autonomia de respeito para um citadino, será uma hipótese. Eu, no modelo que testei, consegui fazer uma média de 15kW/h, mas ando longe dos 12 do simpático senhor do Porto, que falava da invicta com muito carinho. Compreendo. Para além da autonomia maior, o ZOE traz também um carregamento rápido A nível estético temos novos grupos óticos, em LED, e para-choques redesenhados, ainda que toda a silhueta e estética geral se mantenham iguais. O que muda, no entanto, é o interior. Totalmente renovado, a par do Clio, recebe estofos em tecido 100% reciclado, bem como algumas acentuações interiores e todo o cluster central, consola e quadrante são novos. O infoentretenimento conta com um écran de 9 polegadas e integração total com o smartphone. Digamos que, no geral, está um carro completo. Tem tudo o que é preciso e a vantagem do motor elétrico e a autonomia estendida notam-se desde o primeiro segundo. Para aqueles que, como eu, gostam de uma posição de condução mais baixa e um carro mais baixo, esta talvez não seja a melhor solução – esta configuração elétrica no Clio seria o ideal – mas a verdade é que a posição de condução mais “monovolume” dá uma visibilidade muito boa e uma condução urbana com mais confiança, já que as jantes de 17 polegadas são muito giras e convém não riscar.
